As ondas da vida

As ondas vêm e vão, vêm e vão. Carolina observa o mar em seus tons verdes e azuis, dançando pra lá e pra cá com a espuma branca em uma perfeita sintonia. Enquanto assiste ao espetáculo, hipnotizada, pensa sobre sua vida, tão parecida com aquelas ondas. 
Em alguns dias, sua vida parecia com as ondas gigantescas que se formavam ao fundo: revoltadas, poderosas, imponentes. Quando tentava combater problemas assim, tudo que Carol conseguia era se afogar, ou ser arrastada pra lá e pra cá. Esses eram os piores problemas: as ondas enormes, impossíveis de combater... Você tem que apenas esperar passar, enquanto prende a respiração para não se afogar.
Em seguida, olhou para as ondas que nem chegam a quebrar: dão apenas um frio na barriga enquanto te levantam da areia. Essas são as pequenas felicidades da vida, pensou. Te fazem rir e flutuar, mas duram apenas alguns segundos, e quando elas passam, você espera pelas próximas. 
Carol olhou ainda para aquelas ondas que batem na altura do umbigo: normalmente trazem irritação, pois são inesperadas e (nossa!) muito geladas. Você fica uns segundos sem respirar, num misto de susto, frio e raiva. Mas depois ri, e percebe que precisava mesmo se refrescar. Carol entendeu que esses eram aqueles problemas para o bem, que depois que passam, você percebe terem te ajudado. 
No fim, existem as ondas da borda: que sempre fazem cócegas nos pés e trazem conchinhas. Como os amigos, pensou a menina, que nos fazem felizes e trazem muitas lembranças. Eles vêm e vão rapidamente, mas mesmo quando não estão te tocando, você os vê e sabe que virão novamente. Sempre estão lá, trazendo alegrias. 
Sentada na areia, Carolina percebeu que as ondas, juntas, formavam aquela linda sintonia de tons, forças e velocidades diferentes chamada mar. Sua vida, sem todas as ondas, não seria um lindo oceano. E, com a água dançando à sua frente, ficou de pé, percebendo, de repente, que queria muito dar um mergulho. 

 

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